quinta-feira, 11 de março de 2010

NÃO FAZ MAL MUDAR DE IDEIAS!



É minha perspectiva pessoal que existe uma forte correlação entre as pessoas que procuram educação, aprendizagem extra e novas experiências e ter-se uma mente aberta e positiva, assim como existe uma correlação estreita entre aqueles que não procuram educar-se, não procuram novas experiências e terem uma mente fechada. Por educação eu quero também dizer experiências, conhecer novas pessoas, experimentar coisas novas, tentar formas diferentes de fazer as coisas e aprender mais. Não me refiro à educação puramente de um ponto de vista académico.


Porque é que é tão difícil dizer, eu mudei de ideias, aprendi algo novo hoje e baseado na nova informação que tenho mudei de ideias e vou fazer as coisas de forma diferente?

Isto é algo perfeitamente natural de se dizer e fazer. Interrogo-me porque é que algumas pessoas são tão “fechadas” e sentem que ir a Seminários, conferências, ou cursos ou buscar mais informação e aprendizagem é uma forma de admitir falta de conhecimento e um sinal de fraqueza, que de certa forma têm que saber já tudo e que ir a tais eventos significaria assumir que afinal não sabem tudo.


Honestamente posso dizer que pessoalmente nunca me arrependi de ir a um seminário, sessão de treino, grupo de discussão ou curso. É saudável sairmos da nossa zona de conforto mesmo que isso signifique assistir a algo que nos intimida um pouco. Por exemplo, eu sinto-me desconfortável com técnicas baseadas em castigo positivo mas já fui a eventos onde uma parte do treino era feito com castigos positivos mas isso não quer dizer que não tire algo importante da experiência. Claro que considero difícil manter a “boca fechada” e não tolero o abuso gratuito de nenhum animal, mas mesmo assim vou, porquê? Porque considero que me ajuda a tornar numa melhor treinadora e numa pessoa melhor. Eu não quero continuar ignorante principalmente nestes tópicos que me causam desconforto. Se eu permanecer ignorante então não tenho como condená-los ou comentar técnicas como as que usam castigo positivo. Se eu me informar então poderei dar uma opinião informada acerca do treino com castigo positivo e porque é que não é aceitável. Poderei depois demonstrar uma forma melhor de fazer as coisas.
Talvez alguém observe como o meu cão trabalha comigo e os resultados do treino, talvez se perguntem como fiz isto ou aquilo sem correções e talvez notem que uso um clicker e recompensas.

Eu não posso mudar o mundo e acreditem que farto-me de ver os encantadores de cães, punidores de cães e “segregadores” de cães na TV mas mesmo assim vejo e aprendo, sim, aprendo o que não fazer e os efeitos do que acontece quando o que fazemos está errado. Existem normalmente algumas demonstrações boas de timing e da eficácia das punições. Eu uso esses clips da TV para treinar staff, clientes e ou alunos como o stress, o “flooding” e as correções afectam um cão.
Podemos ver cães treinados com reforço positivo ganhar competições, felizes, livres de stress e a ouvirem os seus donos. Podemos ver claramente a diferença entre a linguagem corporal de uns cães e outros. Podemos de uma forma crítica avaliar que método resulta melhor e identificar cães treinados com reforço positivo e aqueles treinados com castigo positivo.

Veterinários, treinadores, comportamentalistas e voluntários em centros de ajuda a animais precisam de abrir as suas mentes. Não se deixarem levar com o que acontece na TV, não deixarem que a máquina de marketing e os relações públicas manipulem o que pensam; precisam de seguir mais os seus instintos. Se não parece correcto provavelmente não o é. Será que isso significa que treinadores positivos também precisam de abrir mais as suas mentes? Eu acho que sim, julgo que deveriamos tentar encontrar algo de bom seja em que tipo de treino fôr. Por vezes isto significa um treinador aversivo dar um beliscão a um cão e aperceber-se que uma correção nem sempre é eficaz.


Ciência é ciência, reforço positivo e castigo positivo irão produzir certos resultados e comportamentos e isso é um facto, mas podemos usar as nossas experiências para aprender e crescer. Eu acho que é isto que separa treinadores daqueles que estarão para sempre presos naqueles tempos de treinos antiquados e maus!

Escrito por tara Choule em Dog Star Daily adaptado por Claudia Estanislau

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